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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 571-2

571-2

DETECTA-Variantes: VIGILANCIA GENÔMICA NO NORTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Autores:
Terimar Ruoso (UFSM - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA,) ; Angela Giovana Batista (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora) ; Daniel Angelo Sganzerla Graichen (UFSM - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA,) ; Gabriel da Luz Wallau (FIOCRUZ - IAM - Instituto Aggeu Magalhães) ; Emanuelle Barbosa de Quadros (UFSM - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA,) ; Renata Marschner (UFSM - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA,)

Resumo:
Introdução: O SARS-CoV-2 é um vírus de RNA de fita simples, de sentido positivo com um dos maiores genomas de RNA conhecidos, e propenso a mutações. No decorrer da pandemia, surgiram variantes de interesse para a saúde pública, sendo as variações nos domínios da proteína S as que têm recebido mais atenção, pois podem impactar a aptidão viral, gravidade da doença, eficácia das vacinas e transmissibilidade. Assim, a vigilância genômica é importante para acompanhar as mudanças na dinâmica da epidemia, e orientar os gestores nas decisões. Objetivo: Este estudo identificou variantes genéticas do SARS-CoV-2 circulantes no Norte do Rio Grande do Sul no período de picos de transmissão durante a pandemia da COVID-19. Metodologia: O laboratório UFSM-Detecta, integrou a força tarefa da UFSM de combate a COVID-19 e fez parte da rede de laboratórios validados para detecção do SARS-CoV-2 no RS. Entre dezembro de 2020 e julho de 2022 foram testados 36.396 pacientes de 68 municípios e destes 10.951 foram positivos para SARS-CoV-2 por RT-PCR. A partir desse banco foram sequenciadas 777 amostras representando 10% das amostras positivas de cada mês. Foram utilizados dois métodos diferentes, sendo que 141 amostras foram sequenciadas pelo sequenciadas pelo método de Sanger, 703 pela plataforma Illumina do Instituto Aggeu Magalhães e 67 amostras foram submetidas às duas metodologias. Resultados: Entre os meses de novembro de 2020 até janeiro de 2021, a variante B.1.1.28 foi prevalente na região, entretanto dividiu espaço com a variante Zeta (P.2-like). Em janeiro de 2021 a variante Gamma (P.1) foi detectada na região e predominou até julho de 2021. A variante Alpha (B.i.1.7) embora tenha causado grande preocupação no país não foi representativa em nenhum momento na região. Os meses de abril, maio e junho de 2021 foram os meses com maior número de amostras sequenciadas, concordando com o pico da COVID-19. Em agosto de 2021 a variante Delta (B.1.617.2) começou a se transmitir na região e em outubro já constituía 100% das amostras, com prevalência até o mês de dezembro de 2021, quando a variante Ômicron (B.1.1.529+BA.-like) passou a representar 100% das amostras até o mês de julho de 2022. Dos 703 genomas obtidos a partir de plataforma Illumina 535 apresentaram, cobertura superior a 95% sendo submetidos ao GISAID. As 67 amostras que tiveram ambas as abordagens de sequenciamento (Sanger e sequenciamento completo) convergiram nas identificações das variantes. Esse resultado valida o sequenciamento Sanger como uma técnica menos complexa e mais rápida para identificação de variantes. As autoridades de vigilância epidemiológica dos municípios mantiveram-se informadas quanto aos resultados tão logos estes foram obtidos. Conclusão: A predominância das variantes do vírus SARS-CoV-2 na macrorregião norte do Estado do RS no período 2020-22 foi similar às demais regiões do país. É importante observar que os vírus, incluindo o SARS-CoV-2, continuam a sofrer mutações ao longo do tempo, levando ao constante surgimento de novas variantes. O monitoramento e a pesquisa contínuos são cruciais para entender as propriedades dessas variantes, seu impacto na saúde pública e suas interações com a imunidade existente de infecção ou vacinação anterior.

Palavras-chave:
 COVID-19, DIAGNÓSTICO, EXTENSÃO, PANDEMIA, UNIVERSIDADES


Agência de fomento:
Projeto de extensão UFSM-DETECTA.